Quais animais podem sentir dor?
Respostas
Se você já viu uma formiga se contorcendo de “desconforto” por ter sido envenenada, você teria que concordar que até mesmo os insetos podem se sentir feridos até certo ponto. Não no grau que os animais “superiores” podem sentir, é claro, porque não têm o mesmo sistema nervoso, mas toda a vida pode sofrer em algum nível, até mesmo as plantas.
Evidências científicas mostram que os invertebrados não sentem dor.
Invertebrados são os animais que não possuem espinha dorsal ou cordão nervoso dorsal, como crustáceos (camarões, lagostas, caranguejos), insetos (vespas, grilo) e moluscos (lulas, caracóis).
De acordo com a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), a dor é definida como “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a danos reais ou potenciais nos tecidos ou descrita em termos de tais danos”.
A ativação de receptores de dor (nociceptores) no corpo não é realmente considerada como dor, mas o aspecto subjetivo e emocional é levado em consideração.
De acordo com a IASP: “A atividade induzida nas vias nociceptivas por um estímulo nocivo não é dor, que é sempre um estado psicológico, embora possamos apreciar que a dor na maioria das vezes tem uma causa física próxima”.
Simplificando, os animais que são capazes de sentir dor são aqueles que podem sentir medo, ansiedade, angústia e terror, tal como nós, humanos, sentimos quando estimulados por estímulos nocivos.
COMO OS CIENTISTAS MEDIM/AVALIAM A DOR NOS ANIMAIS?
Para descobrir se um vertebrado (não humano como mamíferos, aves e répteis) sente dor, os investigadores baseiam-se nas vocalizações e nas respostas fisiológicas (por exemplo, a libertação de hormonas de stress) que um animal produz quando confrontado com um estímulo aversivo.
Como estas respostas são semelhantes às nossas quando sentimos dor, os investigadores argumentam que, por analogia, os animais que apresentam estas respostas também sentem dor. Esta técnica não pode ser usada com invertebrados. A fisiologia dos invertebrados é diferente da nossa. Os invertebrados divergiram dos vertebrados há centenas de milhões de anos.
AVALIAÇÃO DA DOR EM INVERTEBRADOS:
Os cientistas usam o seguinte raciocínio para avaliar a probabilidade de um invertebrado não sentir dor:
Função evolutiva da dor: Nos vertebrados, a dor é considerada uma importante ferramenta educacional. Os vertebrados são criaturas de vida relativamente longa e a aprendizagem molda grande parte do seu comportamento.
Aprender com a dor (e o prazer) desempenha um papel vital no desenvolvimento do seu comportamento. Quase todos os invertebrados têm vida curta e acredita-se que seu comportamento seja em grande parte determinado geneticamente.
Portanto, há menos pressão evolutiva selecionando a evolução da dor neste grupo de animais.
Capacidade neural dos invertebrados: Os invertebrados possuem sistemas nervosos pequenos, consistindo em muitos cérebros pequenos (gânglios). Devido ao pequeno número de neurônios e à organização distribuída de seus sistemas nervosos, acredita-se que os invertebrados tenham capacidade cognitiva limitada.
Acredita-se que a alta capacidade cognitiva seja um pré-requisito para o desenvolvimento de uma resposta emocional.
Comportamento dos invertebrados: Os invertebrados apresentam poucos, ou nenhum, dos comportamentos que reconheceríamos como evidência de emoção.
Muitos invertebrados são canibais e muitos comem seus filhotes quando têm oportunidade. A maioria não tem comportamento social. Embora possam responder vigorosamente a estímulos nocivos, mesmo esta resposta é inconsistente. Os insetos, por exemplo, continuarão com atividades normais mesmo após ferimentos graves.
Um inseto andando com o tarso esmagado (parte inferior da perna) continuará a aplicá-lo no chão com força inalterada. Os gafanhotos se contorcerão quando pulverizados com DDT. No entanto, eles também continuarão se alimentando enquanto são comidos por um louva-a-deus.
Conclusão: Os invertebrados não sentem dor.
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Referências:
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7. Drickamer L et al. 2001. Comportamento Animal: Mecanismos, Ecologia e Evolução. 5ª edição. McGraw-Hill.
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10. Os invertebrados sentem dor?