Reunião anual no solstício de verão
Solstício de verão.
Seu aniversário.
vinte e um de junho.
O dia em que sempre se conheceram e tiveram nos últimos vinte e um anos.
Brielle enrolou os pés na areia, mas não pela alegria de estar nessa praia linda.
Não, era tudo tensão.
Temer.
Medo de ir. Medo de não ir.
Ela verificou a hora em seu relógio de pulso, levantou-se abruptamente, pegou sua bolsa e sandálias e saiu da praia. Ela atravessou a rua, entrou no hotel, pegou a chave na recepção e subiu no elevador até o quarto.
Sala 2505.
Sempre quarto 2505.
Brielle entrou no quarto, pôs a sacola de viagem sobre a cômoda, tirou as alianças — ele odiava que ela fosse casada — e abriu a porta de comunicação. Em seguida, ela tomou um banho, colocou um vestidinho preto, meia-calça e salto alto, e desceu para o restaurante.
George a encontrou lá. Envolveu-a em seus braços musculosos e deu um beijo molhado em sua bochecha.
“Tão bom ver você, minha adorável Brielle.”
A facilidade da conversa foi tudo culpa dele, já que Brielle mal disse uma palavra. Ela apenas sorriu e acenou com a cabeça quando apropriado, ou soltou um ocasional 'sim' ou 'não'. Esta foi a parte fácil da noite.
Depois do jantar, ele se retirou para o quarto 2506, deixando-a no andar de baixo para terminar a bebida, mas também para ele tomar banho e tomar a injeção de insulina. Logo ela estava de volta ao quarto 2505.
“Venha sentar comigo,” George chamou, começando a reencenar aquela primeira noite que eles dividiram quartos contíguos.
Brielle se sentou na poltrona reclinável. Ele a observou da cama, olhou-a de cima a baixo.
"Você é tão lindo. Eu estou apaixonado por você desde o momento em que te vi.”
“George, por favor, não. Eu não sinto o mesmo.”
O pânico que seu eu de dezoito anos sentira todos aqueles anos atrás agora fazia seu coração disparar novamente.
“Por favor, Brielle, deixe-me ficar com você apenas uma vez. Você não precisa fazer nada. Apenas deixe-me lamber você. Experimentar você. Vamos, como presente de aniversário para mim.
Brielle estava quieta.
Sua mente viajou de volta para aquela primeira vez. Ela era jovem e ingênua quando veio para aquela conferência, pensando que faria de seu negócio online um sucesso. Ele — George — pagara a viagem dela.
Ok, o negócio de feromônio não era estritamente dela.
Fora ideia dele, e ele a contratou como sócia. Ela criou o site e ele ficou encarregado das vendas.
Naquela última noite de sua estada de cinco dias, ele havia falado essas palavras. Ela disse a ele que não queria. Que ela não estava apaixonada por ele. Que ela não podia ter intimidade com ele.
Depois ficou feio.
George ficou mortalmente quieto. O terno olhar de amor em seus olhos mudou para uma raiva dura. Ele lembrou a ela que havia pago por sua viagem. Que todo o dinheiro para o negócio deles vinha dele. Que ela estava recebendo um salário do negócio. Seu dinheiro. Que ela lhe devia algo .
Ele a fez se sentir tão culpada que ela se levantou da poltrona, se despiu e se deitou na cama, com as pernas abertas, permitindo que ele a lambesse, sentindo-se profundamente envergonhada quando ela gozou.
Ela chorou no avião durante todo o caminho para casa. Chorou por dias, sentindo-se violada. Humilhado. Envergonhado.
Um ano depois, ela voltou.
E todos os anos depois disso.
Ela nunca havia trabalhado um dia sequer em sua vida. Mesmo que seu negócio de feromônios não existisse mais, ele ainda pagava a ela um 'salário' real. Ela não precisava mais disso, não por ter sido casada com um banqueiro nos últimos dez anos.
Mas Jorge insistiu.
Insistiu em pagar por seus luxos.
E insistiu em se encontrar no solstício de verão.
Ela continuou vindo por obrigação.
Obrigação?
Ou ganância?
“Não posso, Jorge.”
Ela se desviou da conversa dos últimos anos, e George também.
“Você sabe que precisa, Brielle. O dinheiro... seu marido não sabendo..."
Por alguns segundos, Brielle pensou em se levantar, pegar suas coisas e sair do quarto.
— Brielle, querida. Vamos, é meu aniversário.
Só então isso clicou em sua mente.
Ela se levantou, se despiu e se posicionou na cama. Mesmo depois de todos os encontros, ele nunca esperara mais dela do que na primeira vez. Esta vez por ano era um pequeno preço a pagar por sua vida luxuosa.
E a última vez se aproxima rapidamente, visto que hoje foi seu octogésimo aniversário!
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Uma Noite Em Nova YorkEscrito para o prompt da Redemption Magazine: